domingo, 27 de janeiro de 2008


Agora estou parada, contra o vidro na janela. Tento enxergar algo, ou alguém melhor, alguém que tenha se tornado uma pessoa melhor com o tempo. Mas não vejo nada. Nem se quer reconheço aquela que olha pra mim refletida no vidro frio para o qual olho. Vejo pessoas chorando por mim, ou se apaixonando. Eu mesma não faria isso, é muito arriscado. Eu mesmo não me apaixonaria por mim, eu não sou digna de tal coisa, de tal devoção. Eu não mereço aquilo que fazem por mim, ou que sentem, não mereço as lagrimas que caem, nem os sorrisos, nem os carinhos, nada.

Sempre caminhei para tentar construir uma imagem que todos adorassem, me escondendo atrás de mascaras e fantasias de outras pessoas que não sou eu. Tentando maquiar a imagem grotesca que eu via em mim. Fiz coisas das quais me envergonho, para agradar a outros que não eram eu. Por que será essa obsessão por estar cercada de pessoas? Talvez pelo medo de ser só, como muitas vezes fui. Ou por simplesmente ser egocêntrica e gostar de toda aquela atenção.

Colei mascaras que não em pertenciam. Mudei meu gosto, minha postura e minha voz. Fiz pose de forte quando era tão fraca. Fiz cara de feliz, quando quis me afogar em lagrimas. Ignorei fatos, tentando afastá-los e de minhas fantasias. E as mascaras se colaram todas, e hoje não sei como tirá-las. Não sei mais quem sou.

Eu me pergunto o que ganhei com isso. E não encontro resposta alguma. Perdi a personalidade, não agradei ninguém, me tornei estranha a meus olhos. E o mais importante, fui infeliz, esqueci de agradar a única pessoa que importava ali no meio. Eu! Esqueci de mim.

O lado reverso da beleza, o grotesco. A garota mimada, infantil e indigna de confiança. A auto destrutiva nojenta, que não precisa que ninguém a puxe para baixo, é pra lá que ela caminha.

Crio uma bolha em volta de mim esperando que ninguém penetre em minha armadura. Proteção que não me permite confiar em ninguém, que afasta os fatos ruins e os apaga de mima mente para que não me perturbem.

Tudo isso para ter pessoas a minha volta. Pessoa que hoje eu tenho repulsa. Odeio cada uma dela, ignoro toda. Pessoas que eu não conheço, e que já me da aversão.

Não sou sozinha, pelomenos espero que não. Eu tenho aqueles que amo, e que espero que me amem. Eu tenho família, eu tenho amigos. E um namorado que me proporciona coisas maiores do que as que eu mereço.

E eu agradeço a todos esses. E lhes peço desculpas por todo mal que causei. Mas peço desculpas principalmente a mim, a quem prejudiquei mais.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008


Eu não tenho mais cabeça para escrever. Eu to de férias, nesse período viro analfabeta. É um novo ano pra mim, e eu to descobrindo coisas realmente valiosas. Descobrindo "paixões" que eu realmente não sabia da existência. Eu to crescendo, criando cabeça, botando as ideias no lugar. Eu me descobri bonitinha, sou feia arrumadinha. Eu me descobri forte, capaz de passar por tudo ser me auto-flagelar.

E meu coração? Ele sobreviveu a todas as experiências medonhas pela qual eu fiz ele passar. Ele ta inteiro, ta sendo refeito, reconstruindo. Ele vai bem, saiu do coma, ta voltando a vida. Eu cuido dele a cada dia, e tenho ajuda daquele que o tomou de mim. Me perguntaram se eu tinha coração, ai eu disse que não... que haviam me roubado. Pelo menos estão cuidando dele, e eu não quero de volta.

Enquanto a mim? Eu vo levando, eu vou vivendo, mais sobrevivendo. Vo levando do jeito que der.


Faltam 5 dias para a merda das aulas começarem, ai terei mais ideias para colocar aqui. talvez.

domingo, 20 de janeiro de 2008


Chega de musicas, eu não sou bonita. Não tenho ritmo nem melodia. Uma garota fora de sincronia. Apresento-lhes a verdadeira Hell. Alguém sem meio termo, aquela que você ama ou odeia. Normalmente, odeiam. Porque ninguém aprecia o inferno. Não sou bonita e nem desejo ser, não sou controlada pelo espelho e nem sigo aquele padrão de beleza. Não vivo pela estética perfeita, eu não tenho estética. Eu não to na mídia. Não me encaixo lá. Eu também não sigo regras, são simples demais pra mim. Eu sou mais complexa. Eu não sou instável, não passo de uma merda de um pisciana mutável. Eu não gosto do permitido. Eu não gosto do que é possível. E não faço nenhum sentido. Eu tenho medo de mudanças, é muito mais cômodo continuar como está. Eu não consigo mudar, pq já mudei demais. Eu não sou uma mulher, e nem sou uma criança. Sou mais uma adolescente rebelde sem causa alguma. Eu não sou seu sonho ou seu desejo, eu não sou aquilo que você sonhou. Eu não sou seu pesadelo. Porque eu sou algo melhor que seus sonhos. Eu não sou santa e também não sou vadia. Encaixo-me ali no meio de toda aquela putaria. Eu sou estranha e louca também. Eu mordo. Eu tiro pedaço. Eu não quero me encaixar, eu quero ser livre pra voar. Quero me inventar e mudar e transformar quantas vezes eu quiser. Eu não tenho rotulo. Eu prefiro a noite a o dia. Gosto de sentir a chuva caindo no meu rosto e de ficar molhada com cada gota que toca minha alma. E sou romântica, e estou apaixonada. E fui contra tudo e todos para ficar com ele. E mesmo que ele não se importe ou que ele não veja, pra mim não importa, alguém um dia verá o que eu fiz e verá quanto amei. Eu crio um vicio novo a cada dia. E por onde passo deixo um dependente da minha química. Eu sou tão letal quanto a água que você bebe. Eu sou a ovelha negra da família. Eu já tenho dono, e melhores amigas. Eu sei como viver a minha vida.

Sabe o que a gente faz quando não há nada pra fazer? A gente escreve, porque é através da escrita que criamos uma realidade nova e alternativa, onde nada pode nos ferir. Ok, nisso eu estou errada. Feridas não são apenas aquelas causadas na pele ou em qualquer outra parte do corpo. Existem também as feridas da alma, do coração, da mente. E quando se aleija um desses, leva anos para se reparar.

Mas aqui estou a salva disso, a salva de tudo aquilo que poderá me ferir de qualquer forma. Bem vindos ao meu mundo, bem vindos aos meus desejos e sonhos. Bem vindos a minha vida. Ou pelo menos a parte boa e mágica dela. A parte que eu criei.

- Bem vindo ao mundo de Hell.